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Entre espaços para reflexões e rodas de amizades que já frequentei; Entre sambas de roda e maracatu atômico que já dancei; Entre ombros molhados e abraços ardentes que já me aconcheguei; Fico aqui somente a expressar minha liberdade que um dia aspirei. Sem fanatismos, sem preconceitos, sem restrições, sem medos... Este é meu/nosso espaço

quarta-feira, 27 de maio de 2009

"E a Festa vem da Floresta!" *


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Primeiramente falar aqui pra vocês que ontem começou, na cidade de Barbalha (interior do Ceará)o II CONGRESSO CEARENSE DE FOLCLORE (de 26 a 31 de maio) e o I SEMINÁRIO SOBRE CULTURA, RELIGIOSIDADE E FESTAS POPULARES (dias 26 e 27 de maio). Ambos enfatizando o impacto social, ambiental e econômico causado pelas manifestações culturais e religiosas desta cidade que envolve a homenagem ao Santo Antônio incluindo um acervo de apresentações culturais e a utilização de um tronco de árvore como símbolo de fé daqueles que buscam o matrimônio, mais conhecido como "O Pau da Bandeira em Barbalha". A meu ver, consta em uma ótima forma de demonstrar a cultura cearense e principalmente a caririense. Porém, encobre os problemas que o corte desse tronco pode causar e está causando. A grande parte da população, não só de Barbalha, mas de toda a região do Cariri, valoriza apenas as manifestações culturais, as "festas modinhas" e até culturas que nem são de nossa região.
Entrando no fator ambiental, ressalto que esta árvore que é cortada, já foi a aroeira, e agora (próximo domingo "é o dia do pau") será a copaíba por conter uma maior quantidade na floresta e porque a extração da aroeira para fins não medicinais é ilegal. Mas o que acontece é que para ambas as árvores chegarem ao tamanho adulto são necessários aproximadamente 60 anos, tendo no final um tronco forte e comprido, “perfeito” para o corte e para ser carregado por centenas de homens pelas ruas de Barbalha no "dia do pau da bandeira". Todos os anos é cortado um tronco e plantado outro e para isso entram centenas ou milhares de pessoas na Floresta para prestigiar esta ação, sem se dar conta que onde pisam pode haver uma mudinha de aroeira ou de copaíba. Mas a questão é, que "sem pau não tem festa" e "com festa não tem floresta". Não precisa ser bom em matemática, mas se em aprox. 60 anos a árvore fica "perfeita" e todo ano se "arranca" uma e planta outra, a probabilidade é entrar em extinção ou chegar ao fim...
Tudo isso e muito mais discuti com os que ministraram palestras e cursos no primeiro dia de seminário e congresso. Percebi que há muita coisa a ser tratada ainda a respeito deste assunto como também percebi que os que participam desta festa devem se conscientizar do que acontece para que a festa aconteça e não voltar os olhos somente para a “cachaça do vigário” e nem em conseguir um casamento ao tocar no “pau de Santo Antônio”.

*O título da postagem de hoje foi uma frase que a Profª. Dra. Izaira Silvino disse no primeiro dia de seminário ao finalizar o nosso debate sobre esta questão ambiental causada por esta linda amostra cultural do Cariri.
**Imagem real da festa tirada do jornal O POVO.

Um comentário:

  1. Muito legal sua iniciativa de abrir os olhos de pessoas ignorantes que só se interesam em se divertir mesmo que para isso um preço muito alto tenha que ser pago!Na verdade muitos nem sabem desse preço!
    Parábens pelo seu blog!
    Tá mandando bem!

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